Abrindo a sequência de festivais, frutos do projeto Cultura em Comunidade, São Gonçalo, localizado em Meruoca, reuniu artistas da região e comunidades vizinhas para celebrar a cultura popular. O V Festival da Cultura Nordestina ocorreu nos dias 13 e 14 de outubro e contou com oficinas, apresentações musicais, teatrais e de dança.  

De início, a programação matutina contou com oficinas de costura, brinquedo, fabricação de desinfetante, bordado e etc. Já a programação noturna contou com apresentações da Dança de São Gonçalo; apresentação do maracatu filhos de Zumbi, da comunidade ao lado, São Vicente; grupo junino da comunidade da Palestina, dramistas do distrito de Anil, apresentação do mapeamento turístico das comunidades de São Gonçalo e Santa Maria e etc.  

V FESTIVAL DA CULTURA NORDESTINA DE SÃO GONÇALO E SANTA MARIA  

O Festival da Cultura Nordestina foi fundado em 2019, com o intuito de homenagear o povo do Nordeste, como conta Marciley Salles, agente socioambiental do Inec em Meruoca e jornalista. Celebrado entre o primeiro e segundo final de semana de outubro, devido à proximidade com o dia do Nordestino, celebrado em 8 de outubro.  

A partir da edição de 2022, que celebrou a poesia de Patativa do Assaré, a Associação Comunitária de São Gonçalo, que organiza o festival, passou a homenagear alguns personagens importantes para o povo do Nordeste. Neste ano, o tema central resgata a memória da escrava Romana, figura histórica de Meruoca e cultuada na comunidade.  

A ESCRAVA ROMANA  

No município de Meruoca a escrava romana tem uma forte tradição popular. Ela é chamada de “Santa Romana”, e viveu em Meruoca no século XVII. 

A história remonta que Romana sofreu uma tentativa de assédio pelo filho do patrão. Ela conseguiu sair ilesa, matando o filho do patrão. Como represália, o patrão deu muitos castigos a ela que veio a falecer no meio da floresta. “No local onde ela foi assassinada, foi construído uma espécie de memorial, um túmulo com uma cruz, onde algumas pessoas passaram a visitar e a pedir milagres por intercessão dela”, explica o jornalista.  

 Os milagres começaram a aparecer e a crença popular logo levantou a intercessão de Romana. No local onde os moradores iam fazer os seus pedidos, uma capela foi construída. “Tem uma sala lá que é para os devotos colocarem os ex-votos, que são aquelas estatuetas que representam alguma doença, alguma enfermidade, alguma promessa que foi feita e que foi alcançada. Então, lá nesse local tem essa capela onde são levadas essas estatuetas para pagarem as promessas”, contextualiza, Marcilley.  

Cultura em Comunidade   

O projeto se organiza em três frentes de ação: formação em artes; apresentações artísticas; comunicação e articulação em rede. Tomando a Cultura em suas dimensões simbólica, cidadã e econômica, dialogando como interface essencial no desenvolvimento integral das pessoas e das comunidades.   

Além das formações artísticas, o projeto busca aprimorar o material de divulgação desses artistas e da própria cultura dos municípios, ampliando o público e formando diferentes profissionais da cultura. Bem como, fortalecendo articulações de rede e ampliando as chances de promoção do que se produz em artes no Ceará.  

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