Os territórios de São Gonçalo, Alagamar e Taboquinha, localizados em Meruoca, Jaguaretama e Milagres, respectivamente, estão construindo seus museus com o apoio do projeto Cultura em Comunidade. O objetivo é manter viva as memórias e tradições da população, além de representar um espaço em comum que ensina a importância dos registros para a identidade de um povo.

O projeto Cultura em Comunidade tem como objetivo fomentar a criação de bens e serviços culturais nas dimensões econômica, simbólica e cidadã, expandindo a economia da cultura e a formação de capital humano e social.

Os museus são importantes instrumentos de preservação da memória cultural de um povo e responsáveis por seu patrimônio material ou imaterial. De acordo com a plataforma Museusbr, existem 172 institutos cadastrados. Destes, 86 estão localizados na capital e região metropolitana.

Memorial Comunitário Francisco Ruimar Carneiro 

A população do Alagamar já reunia um acervo na casa de alguns moradores ilustres, que viveram a luta por moradia da comunidade na virada do século. O povoado é localizando hoje em Jaguaretama, mas originalmente as pessoas que moram ali perderam seu lugar para a construção da Barragem do Castanhão, a maior reservatório de água doce do Ceará. Entretanto, apesar da inundação, as memórias são mantidas em pastas de plástico ou “colecionadores”, em fotos que, com a ação do tempo, vão perdendo a tintura.  

O propósito é que o Memorial Comunitário Francisco Ruimar Carneiro seja composto por relatos de fatos relevantes da memória local, narrativas de acontecimentos inseridos no tempo de longa duração, fatos da história recente do lugar, documentos históricos, objetos antigos, fotos e imagens. Valorizando assim a organização da comunidade e a luta social das pessoas e entidades que contribuíram na construção da história recente do Alagamar.  

A comunidade conseguiu dialogar com a Prefeitura de Jaguaretama, que cedeu um terreno para o Memorial. Ao mesmo tempo, a população grava as entrevistas com os mais velhos e reúnem os registros já existentes. Para o professor José Alves, encarregado de mediar o trabalho de construção do museu, essa é uma oportunidade de registrar e valorizar a própria história da população. O nome do memorial homenageia uma figura conhecida do Alagamar, presente nas reivindicações e movimentos sociais. 

Centro Cultural da Taboquinha 

Em Milagres, a comunidade da Taboquinha é rica em manifestações culturais, expressas na música, literatura e artesanato, firmando-se como um celeiro de cultura popular raiz, típica da região do Cariri. Nesse sentido, o Centro Cultural da Taboquinha figura um marco na construção da identidade histórico-cultural da comunidade, com sua fonte de geração de renda, protagonismo comunitário e sustentabilidade, constituindo-se como um espaço de propagação das expressões, manifestações, tradições e memórias culturais da Taboquinha. 

A metodologia é baseada na participação coletiva da comunidade, partindo do levantamento de informações, mapeamento histórico-cultural, doação de acervos materiais e confecção dos espaços de controle cultural. No fim, O Centro Cultural da Taboquinha será composto por: uma casa de cultura, um palco coberto e bodegas.  

Museu da Cultura Nordestina de São Gonçalo 

A construção do Museu da Cultura Nordestina de São Gonçalo tem como objetivo a preservação da cultura e dos costumes típicos do nordeste brasileiro, visto que o espaço reunirá peças que contam a história da população, a fim de preservá-las. Além disso, a população de São Gonçalo possui um histórico de união para melhorias na comunidade.  

No final da década de 60 foram os próprios moradores que construíram a estrada que liga o sítio ao distrito de Palestina. Empolgada, a população também construiu na mesma época o Centro Comunitário, onde hoje funciona um pequeno comércio. O local servia como escola, igreja, salão de dança e até como salão de velório.  

Por isso, a comunidade acredita que, com o Museu em pé, a região possa se estabelecer culturalmente e se desenvolver, com anseios de que São Gonçalo se estabeleça como referência na preservação da identidade cultural do povo nordestino.  

Por fim, a população conseguiu um terreno cedido por familiares e o museu já está sendo levantado. Ele abrigará uma infinidade de memórias sem data de validade para as próximas gerações. A população conseguiu um terreno cedido por familiares e o museu já está sendo levantado, sendo pensando como uma casa de taipa, de construção simples. As ações são coordenadas pela Associação Comunitária de São Gonçalo e Santa Maria.  

Share This